(De pé, no meio do círculo formado pelos Companheiros, o aprendiz recita)
Por Sara, nossa mãe, e pela minha honra de sapateiro, diante do testemunho dos irmãos, solenemente juro:
manterei os segredos da profissão, não os revelando aos leigos;
somente os ensinarei, se tiver a honra de um dia chegar a ser Mestre, a aprendizes vinculados por juramento;
serei diligente e buscarei a perfeição;
farei os meus sapatos com todo meu engenho e arte, sejam as sandálias de um príncipe, sejam os tamancos do pobre;
cobrarei preço justo, que não avilte a profissão nem lese o freguês;
honrarei minha mestra, como se minha mãe fosse;
socorrerei meus companheiros na dificuldade;
não me valerei dos tropeços de um companheiro para tomar-lhe um freguês;
manterei o segredo deste juramento, que fielmente cumprirei, até o fim dos meus dias.
Diante de vós, mestres, irmãos agora, juro com fé.
A ti, mestra, dedico esta humilde peça, minha obra-prima, que, com tua aprovação, me fará Companheiro.
(O aprendiz se ajoelha e calça os sapatos que fez nos pés do seu mestre. Este dá alguns passos com eles e diz: "São uma merda. Bem-vendo à confraria dos cagões!". Os Companheiros todos agarram o aprendiz e lhe dão uma surra; depois saem todos para beber e comemorar.)